Comentário à respeito de Dante, A divina comédia

Luiz Carlos Ribeiro Borges, magistrado, escritor. Titular da Cadeira 6 do IHGG Campinas.

Commenting Dante Alighieri, The divine comedy.

Morei em Olímpia, SP, entre os anos de 1953 e 1956. Naquela cidade cursei os dois períodos finais da escola primária, no Grupo Escolar Anita Costa. No último ano, quem ministrava as aulas era um professor de nome Deodato. Numa das aulas, talvez porque os alunos estivessem particularmente irrequietos, ele passou a dizer que nós deveríamos ir até à Biblioteca Municipal e pedir para ver um livro intitulado A Divina Comédia, que tratava dos castigos reservados a quem se comportava mal.

Devo ter entendido que se tratava de uma espécie de lição de casa, pois já no dia seguinte compareci à Biblioteca, que ficava num prédio de esquina, não longe de onde eu morava. Entrei e, ao avistar a bibliotecária, me dirigi a ela, pedindo para ver um livro chamado Divina Comédia. Ela me encarou com certa perplexidade e me indagou qual era o nome de meu pai. Respondi, do alto de meus onze anos, que não era meu pai que queria ver o livro, era eu mesmo. Ela esboçou um sorriso, de simpatia ou sarcasmo, e me encaminhou até uma mesa, onde me exibiu o enorme volume da obra de Dante Alighieri. Naturalmente nada entendi do texto, escrito numa língua desconhecida; me contentei em espiar as ilustrações (sim, aquelas de Gustave Doré, que, desde o século XIX, passaram a fazer, quase obrigatoriamente, parte integrante da obra).

O final da história é que me tornei frequentador assíduo da Biblioteca, porém me dedicando à leitura do acervo de livros infantis e de histórias em quadrinhos, inclusive do Almanaque do Tico-Tico.

Minhas Comédias

Tenho, hoje, quatro versões diferentes do livro de Dante, cada uma com seu próprio histórico, sua particular biografia.

A primeira delas consiste na versão em prosa feita por Hernâni Donato, volume produzido pela Editora Abril, edição de 1979. Consiste, pelo menos em meu caso, numa valiosa introdução, útil inclusive para o efeito de me inteirar do conteúdo da obra, em cada um de seus três Cantos: Inferno, Purgatório e Paraíso.

Seguiu-se, cronologicamente, a aquisição da obra em três volumes, edição de Rizzoli Editore, Milano, 1960, comentada por Daniele Mattalia. Adquiri na Livraria Italiana, em São Paulo, então instalada na Avenida São Luís (não sei se ainda se encontra lá).  É onde encontro maior informação e profundidade em suas notas ao pé das páginas.

Durante uma estadia em Roma, numa feira de livros instalada numa praça, me enamorei de uma versão monumental, num único volume; mas desisti de adquirir, pelo seu formato e peso, por suas mais de 600 páginas, o que tornaria desconfortável o seu transporte durante nosso voo de regresso. Apenas quando do retorno é que fui agradavelmente surpreendido pela Regina e pelos dois filhos que nos acompanharam na viagem, Daniel e Bruno, que praticaram a proeza de não só adquirir o livro, às escondidas, como de trazê-lo, no avião, sem que eu desconfiasse. É uma edição de European Book – Milano, do ano de 1995, comentários, também preciosos, de Eugenio Camerini.

O quarto exemplar é uma raridade, presente do falecido amigo Marino Falcão, que em vida foi promotor, desembargador do Tribunal de Justiça e confrade da Academia Campinense de Letras. Trata-se do livro editado em 1907, contendo a primeira tradução brasileira da Commedia, graças ao labor de oito anos de José Pedro Xavier Pinheiro, que não alcançou a felicidade de ver a obra editada, tendo falecido anos antes.

Ainda tenho comigo, a Vita Nuova (onde se encontram reunidos os sonetos dedicados a Beatriz, entre os quais, suprassumo da poesia lírica, aquele que assim começa: tanto gentile e tanto onesta pare / la donna mia quand’ella altrui saluta), Le Rime (onde se destacam as rimas petrose, através das quais Dante esboçou uma transgressão aos preceitos do  dolce stil novo, que ele próprio havia ajudado a construir, com realce para o áspero estilo de Così nel mio parlar voglio esser aspro, ensaio para o passo maior e definitivo que seria a Commedia) e outras obras mais, até mesmo um opúsculo adquirido numa passagem pelo burgo medieval de Monterrigione.

Por isso, muitas vezes me ponho a indagar: aquele episódio da infância, na biblioteca de Olímpia, teria ficado adormecido, durante anos, em algum desvão da memória? A lembrança do livro, outrora vislumbrado, teria permanecido em algum recanto de mim, permanente legado, à espera de alguma explicação, a aflorar já num tempo de maturidade, de maturação, ao extremo de se haver convertido numa verdadeira obsessão?

Em busca dos passos e dos vestígios de Dante

Obsessão que se revelaria não só pela questão dos livros: Dante tem sido o motor de alguma de minhas peregrinações. No curso daquela viagem atrás referida, fiz-me fotografar por um dos filhos, em Ravenna, em frente ao túmulo de Dante. Noutras viagens, estive na mencionada Monteriggione, cujas torres levaram Dante, no Canto XXXI do Inferno, a considerá-las similares a gigantes; e na maravilhosa cidade medieval de San Gimignano, onde,  caminhando certa noite por suas ruelas escuras, me deparei com uma placa, assentada num dos antigos prédios, indicativa de que Dante ali havia estado, falando aos habitantes, numa determinada data dos anos iniciais de 1300; e não poderia faltar Florença: a estatua erigida defronte à Santa Croce; a Chiesa di Dante, onde repousam as cinzas de Beatriz; e a Casa di Dante, museu instalado em prédio onde teria residido o poeta, em cuja frente, no alto da parede, existe um busto do poeta, meio de perfil: fiz-me fotografar, colocando-me logo abaixo do busto, involuntariamente na mesma postura: quando revelada, a foto denunciou uma insuspeitada similaridade de narizes.

É a foto que encima este texto, inserção feita por obra e arte de meu filho Rafael.

Milícias

A expressão não é aqui utilizada para designar as organizações criminosas atuantes nas periferias dos grandes conglomerados urbanos do país (segundo consta, também em outras áreas), mas sim com significado bem diverso: milícias celestes.

Sempre que leio ou releio trechos da Divina Comédia, me direciono preferencialmente a seus dois primeiros Livros, dedicados, respectivamente, ao Inferno e ao Purgatório. Porventura assim faço porque ali se encontram as passagens protagonizadas por personagens aguilhoadas pelo estigma do pecado, almas perambulando pelos territórios destinados à punição, penitência ou purgação de suas vidas pregressas, e que, por isso mesmo, seriam mais humanas, em seus erros, culpas e vulnerabilidades? Ali se localizam episódios como o do par de amantes representado por Paolo e Francesca; o encontro com os extraordinários trovadores Bertran de Born (ao qual se inflige severíssimo castigo, no Inferno, pela acusação de ter espalhado a cizânia) e Arnault Daniel (pelo qual era tal a admiração de Dante que o considerava il miglior fabro del parlar materno e, suprema homenagem, nos versos correspondentes à sua fala, no Purgatório, Dante o redigiu nesse falar materno, ou seja, no idioma dos trovadores, occitânico, lemusino ou provençal: Ieu sui Arnaut, qui plor e vau cantan… – Eu sou Arnault, que choro e vou cantando: Canto XXVI, verso 142 e ss.).

Aparentemente, isso também ocorre com autores outros, que, em suas obras, quando recorrem a citações da Divina Comédia, se valem, preferencialmente, de textos extraídos ou do Purgatório, ou do Inferno. Machado de Assis, na única tradução sua do texto dantesco de que se tem notícia, escolheu o Canto XXV do Inferno; também as escolhas de Augusto de Campos, em suas próprias versões, recaíram em Cantos vários do Inferno.

Talvez assim ocorra porque os que transgridem, os condenados e penitentes, têm certo magnetismo que faltaria aos paladinos do Bem; ostentam certa aura do Mal, certo inquietador fascínio, que faltaria aos bons e aos virtuosos. Considere-se, por exemplo, o Fausto, de Goethe, que ganha uma dimensão e um dinamismo maiores quando entra em cena o personagem de Mefistófeles. Ou, no teatro de Shakespeare, Macbeth e sua mulher, Lady Macbeth; ou o Iago, de Otelo (que ganha igual proeminência, na ópera homônima de Verdi). Ou nos romances de Dostoiévski: o personagem do Príncipe, em Humilhados e Ofendidos; Raskolnikof, em Crime e Castigo; Aliosha, personificação do Bem absoluto, no contexto de Os Irmãos Karamazov, não desperta a mesma sedução suscitada pelas figuras de seus irmãos e pai, em sua inclinação para o Mal.

No cinema nacional temos também um exemplo notável: em Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha, o personagem do beato Sebastião é representado de forma bastante discreta, quase ausente (não por acaso, Glauber atribuiu o papel, por questões financeiras, ao motorista da equipe de filmagem), ao passo que, a partir do momento em que ingressa em cena o cangaceiro Corisco, magistralmente interpretado por Othon Bastos, o filme ascende a um outro, grandioso e épico patamar.

As milícias celestes do Paraíso

Assim, quando me deparei com aquela expressão, deliberei incursionar pelo Paraíso, em busca dos trechos em que, segundo me lembrava, ela tinha sido registrada por Dante. Nessa busca, para localizar os Cantos correspondentes, me orientei pelas ilustrações de Doré, entre as quais figuram as que contêm imagens das milícias: são os Cantos XXIX, XXX e XXXI, especialmente estes dois últimos, cujo percurso motiva um duplo deslumbramento: do Viandante e do leitor.

Dante, como se sabe, é o mortal ao qual se concedeu o dom (ou a maldição, no que concerne ao Inferno) de percorrer as sendas do Além; é, por isso, frágil e vulnerável, sujeito, diante do que vê, a fraquezas e dúvidas, comoções, pavores e compaixão; mais de uma vez sofre desmaios, como no verso final, para sempre admirável, daquele episódio de Paolo e Francesca: e cadì como morto corpo cade (e caí como morto corpo cai – Canto V).

Também é conhecido que, na transição entre o Purgatório e o Paraíso, Dante deixa de ter como guia o poeta latino Virgílio, sendo sucedido por Beatriz; e é com lágrimas que, ao ainda uma vez se dirigir a Virgílio, Dante percebe que já não se encontra ao seu lado aquele que tinha sido seu guia, mestre e dolcissimo patre (Purgatório, Canto XXX).

Beatriz, ao conduzi-lo pelos caminhos do Paraíso, familiarizada com a paisagem celeste, à qual já se integrou, não mais se surpreende e, assim, poderá explicar cada um dos eventos diante dos quais Dante se mostra perplexo.

Ao Canto XXIX comparecem determinados espíritos celestes, igualmente fascinantes, mas cuja menção não se comporta nos limites do presente escrito. Cabe ressaltar, no entanto, que ao longo dos Cantos do Paraíso, Dante volta a enaltecer a figura de Beatriz (a mesma que lhe inspirara os sonetos da Vita Nuova, já agora divinizada): desde sua primeira aparição, ainda no Purgatório, na antessala do Paraíso, onde surge circundada por uma nuvem de flores (nuvola di fiori) e sustentada pelas mãos de anjos (vestita di color di fiamma viva – Canto XXX, v. 28/33, como a replicar a sua aparição inicial na Vita Nuova, igualmente trajada de cor sanguínea: apparve  vestita di nobilíssimo colore, umile e onesto, sanguigno…), o poeta entoa louvores à sua beleza, tornada eterna, mas lamentando a incapacidade de suas palavras para o exprimir adequadamente, apenas ao Criador sendo possível usufruí-la em toda a sua inteireza (solo il suo fattore tutto la goda).

Visão e intelecção: Ver & Ler

No Canto XXX será encenada uma cerimônia de iniciação: o poeta banha os olhos nas águas de uma fonte, ritual de purificação que o conduzirá às duas etapas seguintes do processo de conhecimento místico: iluminação e contemplação. Aqui cabe destacar a relevância de que se reveste o número três como símbolo sagrado da perfeição, a partir da própria concepção da Santíssima Trindade, como consta da teologia cristã e, digamos assim, de sua mitologia: a idade final de Cristo, 33 anos; os três pares de asas de que seriam dotados certos anjos; a tripla divisão das Hierarquias Celestes (tal como as define na obra homônima essa fascinante figura de teólogo que foi Dionísio Areopagita, e que Dante adota), por sua vez subdividida em três subclasses; a própria concepção tripartida da Divina Comédia

É esse rito de iniciação que permitirá ao personagem Dante VER com amplitude, com plenitude, o paroxismo de luzes que lhe é reservado em sua visão do Paraíso, festa manifesta dos sentidos, a que também acorrerão o olfato, a audição, para a plena absorção das paragens paradisíacas. Mas o privilégio será mesmo da visão: segundo o comentário de Mattalia, a expressão verbal Vidi (Vi) é uma das duas únicas, no contexto do Paraíso, a que se concederá a faculdade de rimar consigo mesma (a outra é: Cristo, no Canto XIX):

così mi si cambiaro in maggior feste
Li fiori e le faville, sì ch’io vidi
Ambo le corti del ciel manifeste.
O esplendor di Dio, per cu’io vidi
L’alto triunfo del regno verace,
Dammi virtú a dir com’io il vidi!
(vv.94-99)

Em tosca tradução: “então a mim se mudaram em maior festa as flores e as cintilações, que eu vi ambas as cortes do céu manifestas. Oh esplendor de Deus, pelo qual eu vi o alto triunfo do reino verdadeiro, dá-me a virtude de dizer como eu o vi!”.

É neste ponto que convém assinalar que existe, na trama do livro, algo como uma distribuição de funções, em relação às coisas do Paraíso: ao personagem Dante se atribui a faculdade de VER; a Beatriz cabe a capacidade de LER. É notória, porém, a ênfase que se empresta ao exercício daquele sentido da visão, pois é através dela que se capta e se absorve a Luz, num universo, como o do Paraíso, repleto de luzes e cores e movimento. Apenas não lhe é concedida a aptidão para compreender, para entender espontaneamente os significados ocultos daquilo que vê; para tanto, deverá se socorrer junto à sabedoria de Beatriz. Se ele opera pelos sentidos, ela o faz pela intelecção.

Resignando-se a ver, qual mero receptáculo das luzes e de outros prodígios sensoriais encenados no Paraíso, Dante recorre continuamente a Beatriz para que lhe explique o significado secreto de cada uma das visões. Beatriz mostra-se então não apenas como signo da beatitude, que lhe foi consagrado desde os sonetos da Vita Nuova, mas como intérprete das verdades divinas, como instrumento da razão (Mattalia atribui-lhes, aos discursos de Beatriz, a qualificação de tomísticos, em alusão às teorias teológicas e filosóficas de Tomás de Aquino), e é como se Beatriz assim conciliasse os conceitos de Fé e de Razão, objeto de conflitos ainda no curso dos séculos precedentes, desde a redescoberta de Aristóteles pela Europa cristã, como se fossem termos antinômicos e inconciliáveis. Ainda que a Razão assim proclamada por Beatriz, sendo advinda de Deus, muitas vezes se oculte sob os véus do imperscrutável e do irrevelável.

Os exércitos dos anjos e dos bem-aventurados.

E eis que, enfim, acontece a flutuação dos bem-aventurados (Canto XXX) e o voo dos anjos, (XXXI).

Os primeiros são constituídos pelas criaturas que, tendo encerrado piedosamente o ciclo da existência terrena, ascenderam a um perpétuo estado de graça: reúnem-se e se movem num eterno movimento circular, constituindo uma modalidade de rosa: a rosa mística. De notar-se que este, circular, seria o movimento próprio das almas em torno do Bem absoluto, em sua busca pela aproximação com Deus.

Quanto aos anjos, comparecem em sua função de interlocutores entre Deus e os homens, portadores a estes das mensagens divinas (a origem da palavra estaria na expressão grega Aggelos, que tem o sentido de mensageiro; e aí é-se tentado a enveredar pela função que os personagens dos mensageiros exercem no contexto das tragédias clássicas da Grécia antiga, numa investigação que não teria fim…); não por acaso, são protagonistas das inúmeras Anunciações presentes nos textos bíblicos.

A corte dos anjos é assim anunciada: a outra (milícia) que, voando, vê e canta a glória Daquele que a enamora e a Bondade que a fez tão bela e perfeita; e assim descrita, para enfatizar essa beleza e perfeição:

Le face tutte avean di fiamma viva,
E d’ali d’oro, e l’altro tanto bianco
Che nulla neve a quel termine arriva
(vv. 13-15).

Algo como: “Tinham as faces de chama viva, e asas de ouro, e aparência (seria este o sentido da expressão l’altro – o mais, o restante, ou luz em forma de corpo, sugere Mattalia) tão branca que nenhuma neve a tal extremo alcança”.

Percebe-se nesses versos não apenas a sua musicalidade e a delicadeza das imagens, mas também, ainda uma vez, aquele paroxismo de cores (fogo, ouro, branco) que atravessa o Paraíso, de imediato colhido pelas vias sensoriais, independente de seus significados mais recônditos e secretos. E os há: assim como as vestes de Beatriz, a face dos anjos traz a cor da chama viva, e o fogo, a incandescência, constitui um dos símbolos ou atributos da divindade; ainda quando subsista uma outra e divina simbologia, inescrutável, inviolável, concede-se que os influxos do Alto se manifestem aos olhos do Viandante, através de sinais visíveis, de modo a se tornarem não apenas perceptíveis mas também enunciáveis através da palavra.

O não-ser que me desabite

Ainda haveria mais o que dizer, mas, por ora, acrescento que, na sequência, Beatriz, já substituída por São Bernardo na função de orientar os passos finais de Dante, passará a ser vista nos círculos superiores do Empíreo, como que ali entronizada – e santificada.

No Livro de Dante nada acontece por acaso ou aleatoriamente. Tudo obedece a um plano previamente arquitetado e então executado. construído e edificado com rigor, onde cada rima assume uma particular relevância e funcionalidade, e toda a inteira estrutura da obra reflete esse cuidado de coerência e harmonia. Basta lembrar, novamente, a tripartição da obra; a divisão de cada parte em 33 Cantos; a composição de cada estrofe em rimas tríplices (terza rima): ou seja, de novo, e intensamente, a presença do número três como signo do sagrado e da perfeição.

E, mais, o encerramento de cada um dos Livros com a palavra stelle (estrelas):

e quindi uscimmo a riveder le stelle (Inferno);
puro e disposto a salire alle stelle (Purgatório)
l’amor che move il sole e l’altre stelle (Paraíso).

Como a denunciar a ambição do poeta (e da humanidade) de alcançar os astros, de ascender, acima, bem acima de suas contingências, em direção às estrelas, rumo à (palavras há que não sei ao certo o que designam; gosto, porém, de assediá-las, apalpá-las, quase diria boliná-las, formas de buscar o seu significado mais profundo e ignoto; esta é uma delas:) transcendência.

Imagem de destaque:

Castelo Toscano e busto de Dante Alighieri. Nonmisvegliate, por Pixabay.

Referências:

ALIGHIERI, Dante. A divina comédia, tradução de Hernani Donato. São Paulo: Ed. Abril, 1979.
___________. La divina commedia, comentada por Daniele Mattalia. 3 vol. Milão: Rizzoli Editore, 1960.
___________. La divina commedia, comentada por Eugenio Camarini. Milão: European Book, 1995.
___________. A divina comédia, tradução de José Pedro Xavier Pinheiro. São Paulo: Cia. Editora Brasil, 1907.

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